segunda-feira, 21 de julho de 2008

Exuzinho - 13/01/2008 a 19/07/2008

Isso mesmo! Mataram meu gato. ;(

Ele ficou fora durante 4 dias. Na quinta, sexta e sábado ele estava ótimo. E no sábado à noite aconteceu a desgraça. Encontraram-no no jardim de outra casa do condomínio. Com sangue saindo pela boca. Com certeza deram algum tipo de veneno forte no qual meu bebê sofreu morte instantânea.

Eu e meu namorado, que éramos os pais dele, não estávamos em casa. Estávamos em uma peregrinação pelos butecos mais excêntricos de Vila Velha. Quando chegamos em casa no domingo de manhã, minha cunhada deu a trágica notícia. Ela e amigos enterraram-no no sábado mesmo.

Pois é... Existe gente ruim neste mundo para fazer de tudo. Até matar um pobre gato indefeso. Se esse infeliz tivesse bebido o veneno ao invés de dá-lo para o gato, além de evitar prantos estaria fazendo um grande feito para a humanidade.

O lance agora é me recuperar do baque.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Questão 2 - Teoria do Conhecimento II


2 – A noção de jogo é utilizada por Gadamer para descrever o modo de ser da arte, modo este que escapa à consciência estética. Por isso Gadamer fala em uma experiência da arte. Mas jogo e experiência da arte não são sinônimos. Descreva como a noção de jogo se articula com a noção de experiência da arte, em que se identificam, e em que se distinguem.

Para demonstrar a experiência da arte, Gadamer visa o conceito de jogo, que busca mostrar que no jogo o espectador é um parceiro. O conceito de jogo é algo auxiliar para demonstrar o que é a experiência da arte, pois essa experiência é maior do que qualquer conceito.

Há no jogo regras específicas que exigem respeito a elas, por parte dos jogadores. Os jogadores se expõem ao risco de chegar a algum resultado ou não, isto é, é-lhes impossibilitado prever o resultado. Isso remete à arte de forma que não tem como prever a reação do expectador diante da obra.

O jogo exige a predisposição de quem vai entrar nele e o conhecimento de suas regras sem, no entanto, haver a possibilidade de prever qualquer resultado enquanto ele está se efetivando. Daí a necessidade de chegar a uma perspectiva interna a ele e abandonar-se totalmente em tal espaço, assumindo como condição o risco de obter o resultado desejado ou não.

Outro fator de destaque é que a autoprodutividade, o movimento de vaivém do próprio jogo, além de seduzir e cativar leva a uma expectativa, por parte dos envolvidos. No princípio, eles estão impossibilitados de se posicionarem frente a qualquer tentativa de dominá-lo. Assim também a arte atinge o expectador fazendo-o sentir-se em uma experiência da própria arte como o jogador faz parte do jogo.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Questão 1 - Teoria do Conhecimento II

1 – A noção de “consciência estética” é criada por Gadamer para resumir o traço essencial da concepção filosófica tradicional a respeito da experiência estética. Descreva, com base no que foi estudado, o que é consciência estética.

Consciência estética é o resultado de uma abstração que, atemporalmente, mede tudo o que vale como arte. A consciência estética vê tudo do ponto de vista estético e de acordo com este, tudo o que é qualidade pertence a essa consciência.

A consciência estética se contenta com a aparência, não necessariamente com suas regras e seus significados, finalidade. É aí que entra a alienação da consciência estética, pois ela não sabe a função da coisa, mas somente enxerga a aparência. Por exemplo, uma girafa que morreu de ataque cardíaco na Palestina por causa do barulho das bombas e tiros, foi empalhada e colocada dentro de uma sala de museu. Quem for apreciar esse tipo de obra de arte do ponto de vista da consciência estética só verá a beleza do animal empalhado, nada mais.

Com isso percebemos toda uma descontextualização artística de significação, apenas o belo pelo belo.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Trabalho de Filosofia da Religião II - Paganismo e Filosofia: Uma ênfase à bruxaria Wicca e a desmistificação de preconceitos cristãos

Este trabalho visa o esclarecimento do paganismo na forma da bruxaria, mais especificamente à bruxaria Wiccana, uma antiga religião, na qual filosofia básica fundamenta-se nos caminhos da Natureza, e a compreensão da espiritualidade pela humanidade é revelada por um sentido de comunidade saudável. É nessa estrutura sustentadora de códigos de conduta, cortesia comum e respeito pelos outros que a essência de nossa espiritualidade pode ser compreendida.

Essencialmente, a filosofia da Wicca emana da antiga visão de que tudo foi criado pelos Grandes Deuses (a partir da mesma fonte procriadora) e de que tudo possui uma “centelha divina” de seu criador. Na Criação, ensina-se que existem quatro “Reinos”: Mineral, Vegetal, Animal e Humano, cada um deles expressão ou manifestação da Consciência Divina. Almas individuais atravessam esses Mundos, adquirindo conhecimento e experiência, movendo-se rumo à reunião com a Fonte de Todas as Coisas. Num certo sentido, pode-se dizer que as almas vivenciando o plano físico são como sondas conscientes enviadas pelo Criador Divino. Da mesma forma, pode-se dizer que as almas são como os neurônios na mente do Divino Criador, entidades individuais que formam parte de um todo.

Todas as formas de vida são respeitadas na Antiga Religião. Tudo possui igual importância. A única diferença é que as coisas estão meramente em diferentes níveis de evolução dentro dos Quatro Reinos. Os humanos não são mais importantes do que os animais, que não são mais importantes do que as plantas e assim por diante. Vida é vida, não importa que forma física ela adote em um determinado tempo. Somos todos parte da mesma criação e tudo se conecta e se une.

Ao estudar os Caminhos da Natureza, obtém-se uma visão (por mais crua que seja) dos Caminhos Divinos e, a partir destes, podemos ver o retorno das estações (reencarnação) e as leis de causa e efeito (karma) ligados ao uso (bom ou mal) da terra, do ar, dos recursos naturais e das criaturas vivas. Esse é um dos propósitos dos rituais sazonais, pois tais ritos nos saturam e nos harmonizam com a essência concentrada da Natureza nesses períodos determinados. Quanto mais acumulamos nas marés sazonais da Natureza, mais nos tornamos iguais a ela. Ao nos tornarmos como a Natureza, fica mais fácil compreende-la.

Todos já experimentamos o prazeroso sentimento de proporcionar bem-estar a outra pessoa, e o sentimento de culpa ou de egoísmo ao darmos mais importância a nós do que a um amigo ou ser amado. Todos experimentamos o sentimento de aceitação e reconhecimento num grupo, assim como a dor da rejeição. Até mesmo quando obtemos prazer ou alegria solitariamente sentimos a necessidade de compartilhar esse sentimento com outra pessoa de algum modo. Disso surge o ensinamento de servir aos outros, pois os Wiccanos sempre foram os conselheiros ou curandeiros locais.

No que concerne ao ensinamento do relacionamento de uma alma a outra, sabemos que os antigos criam numa raça de deuses que observavam e interagiam com a humanidade. Para os antigos, um deus podia representar qualquer força da natureza singular, aparentemente independente, cujas ações podiam se manifestar na forma de tempestades, tremores de terra, arco-íris, belas noites estreladas e assim por diante. À medida que o esclarecimento e a intelectualidade dos humanos cresceu, também cresceu o conceito dos deuses.

Os Wiccanos geralmente vêem seus deuses como seres cuidadosos e benevolentes, num papel semelhante ao de um amável pai ou mãe (apesar de muitos Neo-Wiccanos encararem o Deus e a Deusa como conceitos metafísicos em vez de aspectos da Consciência Divina). Um pai ou uma mãe cuidam em certos aspectos de uma criança, mas devem basicamente ensinar a criança a se preparar para viver sua própria vida. Ao correr de seu relacionamento, a criança nem sempre entenderá os atos de seus pais. No entanto, ainda existirá uma relação, e esta requer compreensão mútua e comunicação para que um espírito amoroso floresça.

Por vezes, uma criança pode achar que o pai ou a mãe são injustos ou pouco amorosos, sem compreender que o pai deve estabelecer limites e regras de comportamento para o próprio bem da criança. Regras e limites existem na Natureza e são essenciais para a formação de raciocínio e comportamento maduros (“assim na terra como no céu”). Ainda assim, não é crença entre os Wiccanos que os deuses coloquem obstáculos ou tragédias no caminho dos humanos, tampouco que tenha o costume de testar a fé humana. É a lei do Karma, e o azar de fatos aleatórios, que manifestam o que compreendemos como as agruras e dificuldades da vida. São os deuses que se mantêm a nosso lado e nos auxiliam a encontrar a força de que precisamos para prosseguir.

Um dos maiores dogmas de crença na Antiga Religião é o de aceitar as responsabilidades por nossos próprios atos. Nós fazemos ou destruímos nossas próprias vidas, e ativamos ou desativamos nosso próprio “quinhão” na vida. Os Deuses estão a postos para nos auxiliar, mas nós é que devemos realizar o trabalho. Até mesmo quando fatos aleatórios ou o Karma aparentemente nos alquebram, somente nós é que podemos lutar para continuar.

De acordo com a tradição dessa religião se pode aprender muitas coisas que as outras religiões não conseguem superar. Não desprezam as crenças de outrem, buscam viver em harmonia com os que discordam de suas crenças, são sinceros com seus próprios conhecimentos e lutam para se afastar do que se opõe dentro de si próprio

Neste emaranhado de paganismo situo o filósofo alemão Nietzsche. Uma afirmação de Nietzsche que me chamou a atenção para com os estudos sobre o paganismo diz que é a alegria mais profunda que a dor, que a alegria quer profunda, profunda eternidade. Como todos os pensamentos culminantes e fecundos dos grandes mestres, isto não significa coisa nenhuma. E por isso que teve tão grande ação nos espíritos: só no vácuo total se pode pôr absolutamente tudo.

Nietzsche, neste momento das suas considerações, volta-se então para as suas tão apreciadas comparações entre o mundo pagão e o mundo cristão. Enquanto os gregos e os romanos, para ele, empregaram e mobilizaram as forças do espírito e do engenho deles no sentido de aumentar, por meio de incontáveis cultos festivos e folguedos outros - dionisíacas, bacantes, saturnais e lupercais - a alegria de viver. O cristianismo, o revés, empregou uma energia redobrada num outro sentido. As procissões e cortejos religiosos, da fé que veio a superar o paganismo, dirigiam-se, sobretudo no sentido de fazer com que os crentes se sentissem como uns perpétuos desgraçados.

Com relação ao cristianismo, a cultura da religião wicca foi agregada de forma clara. A própria Virgem Maria só foi incorporada ao Cristianismo 400 anos depois do "nascimento" de Cristo. Será que eles perceberam que o culto a uma Deusa Mãe jamais iria morrer, então resolveram adotar isso também? Não é à toa que as santas católicas são mais adoradas do que seu próprio Deus (vide exemplo nacionais mesmo, como a Nossa Sra. Aparecida ou Nossa Senhora De Fátima, entre tantas outras).

A Igreja Católica sempre mentiu, e o Cristianismo sempre quis acabar com o Paganismo desde os primórdios. Chegaram a uma terra que não era deles (como sempre fizeram - vide as invasões, as Cruzadas, as histórias dos jesuítas) e queriam converter todos os povos à sua religião. Isso não é nem um pouco louvável. Como se não bastasse, no auge da sua loucura, torturaram, queimaram e enforcaram milhões de pessoas inocentes da época da "Santa" Inquisição, tudo porque não seguiam o que eles chamavam de "religião verdadeira".
Até hoje, o preconceito é enorme. Se você não é cristão, para eles automaticamente você é anti-cristão, e logo eles partem para agressões psicológicas e tentam lhe convencer de que você "só conseguirá se salvar se for para Jesus". É patético. Tais pessoas deveriam estudar muito história antes de sequer vir conversar com pagãos ou qualquer pessoa de qualquer outra religião. E, mesmo que sejam estudadas, deveriam recomeçar do zero e estudar tudo de novo, para aprenderem a ter respeito pelos seus semelhantes, como eles tanto pregam, mas pouco fazem.

Todos os grandes líderes espirituais de quaisquer religiões foram pessoas pacíficas, porém não reacionárias. Seus ensinamentos só permanecem em nossa sociedade porque agregam um valor imensurável à vida cotidiana.

Então podemos (e a meu ver, devemos) promover uma revolução com nossas atitudes e, assim, mostrar que temos nossas crenças, que elas podem até parecer estranhas (sob o ponto de vista do eixo cristão), mas que somos todos seres divinos, portadores da chama da natureza; sendo assim, respeitamos e merecemos respeito.

Ainda existem muitos mitos e fantasias que encobrem a verdadeira essência da bruxaria, que é uma religião em que os praticantes são seres independentes, que não precisam pedir perdão de seus pecados, porque sabem que todo ato mau tem uma resposta nesta vida ou na próxima.

O fanatismo é repudiado pelos pagãos, assim como o proselitismo é inadmissível. Bruxos nunca divulgaram sua Religião porta a porta. São extremamente discretos, pois acreditam que a aproximação à Bruxaria deve resultar de uma escolha individual.

Tolerância e respeito com relação a outras práticas ou crenças religiosas é um dogma wiccaniano "faça o que desejar desde que não prejudique a ninguém".

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Resenha do artigo: “Principio de tudo: A Filosofia da Existência de Tudo e de Todos” escrito por Hadenes Vieira Brandão

Antes do “Big - Bang” nós éramos unos. Uma energia única, melhor dizendo, éramos uma única existência. Como se a “essência” precisasse experimentar algo mais além de existir. Então um único pensamento fez com que toda esta energia concentrada se expandisse através da vontade. Mas esta vontade criadora (nós) queria interagir com sua criação, evoluir com ela, agregar valores a sua existência. Então a essência agora pode experimentar os sentimentos e emoções, arquivar isto em seu centro e agregar valor a sua existência, em sua alma.

Com isso uma única semente chamada vontade, expandiu. E como uma única arvore em um terreno fértil, deixou suas sementes caírem, para que germinassem outras árvores e assim por diante.

Agora chegamos aos dias de hoje, todos os seres aqui presentes vieram desta existência, e são o próprio Deus, tão buscado pela humanidade há milênios. Mas ainda o povo procura fora o que esta dentro de si mesmo: A Energia Criadora.

Muitos podem não concordar, mas tudo que existe nesta existência, desde no espaço, até as coisas aqui na Terra, como problemas (de todos os tipos em nível mundial e pessoal), felicidade, guerras, mortes tudo isso fomos nós que criamos, sem exceção.

Somos deuses em aprendizado, criando realidades próprias, sem saber, este é o motivo do mundo estar como esta hoje. Não virá ninguém do céu para ajudarnos, pois nós criamos isso tudo, tudo aqui é de nossa responsabilidade. Logo procurar ajuda de uma mão invisível é fugir de suas responsabilidades.

Muitos esqueceram que no plano mental o que pensamos vira uma espécie de vibração que vira energia no astral, e por fim no plano físico. É como uma tempestade neurológica (vibrações) no cérebro que provoca "ondas", linha de energias microscópicas no Universo que leva a algumas mudanças macroscópicas (às vezes nem tão "macros", depende muito da auto e baixa – estima da pessoa).

Hoje temos que evoluir individualmente. Não adianta falarmos hipocritamente sobre sermos unos, abraçar o mundo para ajudar a todos. Primeiro temos que entender nós mesmos como indivíduo, validar nossa existência. Assim com “peças” de boa qualidade, mas com muitos formatos e finalidades, poderemos construir a Grande Obra: O Equilíbrio no Universo. Mas sem antes conhecer o indivíduo não há como conhecer o todo. Aí entra o grande papel da filosofia na religião.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Suture Up Your Future

Suture Up Your Future

Queens Of The Stone Age

Composição: Josh Homme

I’m gonna suture up my future
I ain’t jaded, I just hate it
See, I been down too long
It’s kinda hard to explain
Done and buried all I carried

All my evil, through a needle
As it pull through the eye
What was and where will that go

Don’t sweat it
Thread it, to forget it
To feel like you’ve already gone on
To the rest of
The rest of the life that you’ve got
Take a picture and bury it all away
Bury it all
Away

Tried to fake it, I just can’t take it
I don’t care if it hurts,
Just so long as it’s real
I won’t waste it, turned to face it
I’d sharpened a knife, then used it,
Until bone made it dull
Tried explaining, done explaining
I got caught in the plaid
All of this talking at once
I’ve been giving my love away
To the things that tear it apart
I’m gonna suture up my future

Thread it, to forget it
To feel like you’ve already gone on
To the rest of,
The rest of the life that you’ve got
Tie the loose ends and bury it all away
It’s like this, just like this

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Correr da Morte

Quantos sonhos desperdiçados terei que ter para poder tornar-me o que devo ser?

Não me resta mais tempo.

A morte está aqui do meu lado querendo me levar para não sei onde.

Não me resta mais destino.

Só o olhar para a leve chuva de inverno que cai.

Escavo... Escavo... Escavo...

Os dedos sangram.

Já não tenho mais unhas.

Vou penetrando nesta terra de ninguém antes que alguém me descubra deste monte de terra.

Lugar abafado e claustrofóbico.

Mas é o único onde posso estar.

Falecido.

09/07/2008 – 10:00

terça-feira, 8 de julho de 2008

Trabalho Filosofia da Religião

Este trabalho visa esclarecer parte da ilusão que a religião prega a seus fiéis. Muita “realidade” deve ser denegrida e negada para ver claramente a mentira santificada e como a consciência foi transtornada. Questões como o valor da vida, como alcançar a felicidade, como ser uma pessoa justa e inteligente não podem ter base em pensamentos religiosos. Pois a vivência humana não existe em moldes, o ser humano está aí para “ser aí”. A relação do homem com o mundo é de construção, o homem constrói sua realidade que está sempre aberta ao devir.
Voltaire disse certa vez "o primeiro espertalhão encontrou o primeiro tolo" e a religião começou. Dessa forma podemos pensar que Paulo, o grande apóstolo “espertalhão” teve a brilhante idéia de criar o cristianismo por fins diversos que perduram até hoje, tanto bons quanto perversos, no sentido até mesmo exploratório. Sem contar no fato do machismo pregado pela religião, mas isso não vem ao caso da epistemologia.
Por outro ponto, o argumento ontológico continua a atrair a atenção, a existência de Deus pode ser provada a priori, isto é, bastando apenas a intuição e a razão, não sendo necessária, portanto, prova material, ou seja, a posteriori, porque sua comprovação material é a própria Criação. Os seres, ou criaturas, são entendidos a posteriori como efeitos particulares, sensíveis e inteligíveis, de causas, que são efeitos de outras causas, e assim sucessivamente, até uma causa primeira, criadora, de todo o Ser. Como coisa alguma pode ser causa de si mesma, um princípio criador fora do Ser tem de existir negativamente em relação a ele. Assim, o Ser (em grego, ontos) passa a ser a prova da existência de Deus, porque Deus é a causa do Ser.
Mas não é pelo fato de este Ser existir que devemos viver nos moldes de uma religião que queira nos escravizar. Deus... Ser... estão aí. E nós... somos aí. A religião foi criada pelo Homem moralista e não por Deus.
A rebelião escrava na moral começa quando o próprio ressentimento se torna criador e gera valores: o ressentimento dos seres aos quais é negada a verdadeira reação, a dos atos, e que apenas por uma vingança imaginária obtêm reparação.
Supondo que fosse verdadeiro o que agora se crê como “verdade”, ou seja, que o sentido de toda cultura é amestrar o animal de rapina “homem”, reduzi-lo a um animal manso e civilizado, doméstico, então deveríamos sem dúvida tomar aqueles instintos de reação e ressentimento, com cujo auxílio foram finalmente liquidadas e vencidas as estirpes nobres e os seus ideais, como os autênticos instrumentos da cultura.

Vinho

Uma das mais antigas bebidas

Conhecida na história dos povos;

O vinho aparece nos rituais religiosos

E nas festas.

É uma bebida espiritual

Capaz de acender o fogo vital

Tem a propriedade de desmascarar a mentira

(in vino veritas)

Exaltando a verdade.

Está relacionado simbolicamente com o sangue

Podendo substituí-lo nos sacrifícios religiosos

Evitando o sangue de animais.

22/07/2003

domingo, 6 de julho de 2008

No sense

Mais um dia na vida desta pobre poeta que sonha com a Rússia.
Família do namorado, churrasco, sexo, sorrisos, cigarros, filmes e tantas coisas imprevisíveis.
Sonhos e pesadelos com homens degolados.
Nada precisa de sentido.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Eu com eu mesma

-Vamos caminhar pelo parque do adeus?

-Para quê?

-Apenas para sentir a felicidade do não-amor.

-O que é o não-amor?

-É a felicidade com saudade.

-E a saudade é boa?

-É apenas a falta de algo.

-E essa falta não nos faz sofrer?

-A falta nos faria sofrer se fosse de algo feliz.

-Não consideras o amor feliz?

-Depende. Se for o belo amor dos romances que não existem, tudo bem. Mas se for apenas o amor superficial que existe entre os seres humanos, ele há de ser desprezado.

-Então consideras uma vida completa sem amor?

-Não é tão generalizante assim. O amor consegue nos proporcionar momentos felizes, mas em sua maioria são tristes e dolorosos.

-Por que dizes isso? Sofres?

-Sim, sofro. Decepciono-me a cada dia. Já fiz tantos corações sofrerem, que agora chegou a minha hora de sofrer todos os corações sofridos.

-Pobre de ti que não mais acreditas no amor!

03/02/2005

00:40

terça-feira, 1 de julho de 2008

Tormentos de um poeta filósofo

De que adianta viver sem ter um porquê?

Não que eu queira o suicídio,

Mas os momentos escalafobéticos têm me dado sensações estranhas

Sinto falta do cheiro do orvalho

Das canções que não querem dizer nada

Ah... aqueles dias em que eu via o sangue dos inocentes

Eram tristes e pesarosos

Saciavam os tormentos de uma vida sem sentido

Hoje eu não estava agüentando ficar trancafiada

Saí perdida pelas ruas

O álcool disse que queria me acompanhar

Eu apenas aceitei

Eu estava jogada na sarjeta da vida

A noite apenas me abraçou

Quem dera encontrar os perdidos insanos

Teria com o que me distrair

Mas eu não nego

Que a vida cobra o seu sentido

E nós somos obrigados a dá-lo

Mesmo que de forma atormentante

Jogamos palavras no vazio de uma existência

Filosofia da Religião – Resenha de “Crepúsculo dos Ídolos”, Nietzsche



Em nossos tempos, o pensamento, confortado com desconcertantes e inauditos cenários, vê-se instigado a estabelecer conexões capazes de produzir um novo solo para a reflexão filosófica a criar redes conceituais suficientemente potentes para acolher a complexidade específica à situação atual.

Conectando diversos tempos, atravessando diferentes campos do pensamento, configurando novos objetos de investigação, procurando, enfim, ultrapassar os limites do até então pensável, nós filósofos temos o dever de pensar o impensável, de não nos limitarmos pelas dificuldades e pela repressão dos ditos moralistas.

Temos que identificar falsos problemas, questões mal colocadas e apostar na perda de parâmetros como um verdadeiro convite à alegria de sua própria reinvenção. Temos que “desmascarar” todos os preconceitos e ilusões do gênero humano, ousar olhar, sem temor, aquilo que se esconde por trás de valores universalmente aceitos, por trás das grandes e pequenas verdades melhor assentadas, por trás dos ideais que serviram de base para a civilização e nortearam o rumo dos acontecimentos históricos. Não devemos nos prender somente ao que já foi pensado, muito pelo contrário. Concordaremos, discordaremos e/ou acrescentaremos algo no pensamento dos filósofos anteriores.

Em “Crepúsculo dos Ídolos”, o autor Friedrich Wilhelm Nietzsche, descreve seu livro como “uma grande declaração de guerra”. E de certa forma esta é uma “guerra” contra a moral, contra o pensamento religioso estagnado no nada, de forma que choca até hoje quem o lê.

Colocando os juízos de valor sobre a vida como imbecilidades, o autor nos demonstra que tais valores nem sequer existem. Esses valores tratados pela religião como um todo, são apenas sintomas da doença da ilusão da realidade. Pois o real valor da vida não pode ser avaliado por meros mortais. Sendo seres viventes, sendo parte da vida, não podemos julgá-la. Não somos juízes do além e muito menos os mortos julgam alguma coisa.

Entra aqui o valoroso papel do filósofo. Ele se encontra arrebatado pelo sofrimento de estar vivo e compreender a decadência dos que julgam a vida. Mas é por isso, pelo fato de ser filósofo e compreender este além da vida, que o filósofo não se cala, sente a angústia de compartilhar o que raramente alguém poderia pensar.

Um pensamento interessante em “Crepúsculo dos Ídolos” é a associação que Nietzsche fez entre a felicidade e os instintos em uma vida em ascensão. Ele trata a felicidade como sendo igual aos instintos, como dependente direta dos instintos humanos. E isso é radicalmente contraposto ao pensamento religioso, que impõe que os instintos precisam ser combatidos, limitados, podados. Se os instintos são essenciais à vida, então fica claro que o pensamento religioso é algo contranatureza humana. A religião ao pregar a vida eterna feliz, acaba pregando a vida presente mortificada pelo marasmo do controle da vivência natural de Ser. Desta mesma forma acontece com os sentidos. Para não sofrer, o pensamento religioso combate as paixões suprimindo (Nietzsche usa os termos “castrando” e “extirpando”) os sentidos de forma antinatural, já que os sentidos são essenciais à vida.

E como tratar o pensamento religioso acerca das paixões? A igreja primitiva lutou contra os “Inteligentes” em favor dos “pobres de Espírito”: como seria possível esperar dela uma guerra inteligente contra a paixão? Então a “espiritualização da paixão” não cabe de forma alguma no mesmo patamar que a religião. Ao invés de espiritualizar a paixão, os religiosos preferem suprimi-la. Pois as paixões causam alegrias, mas principalmente causam tormentos e sofrimentos. O papel do pensamento religioso aqui é atacar o sofrimento em sua raiz para evitar que o ser humano sofra. Mas, sendo o sofrimento algo natural à vida, o que fica claro é que atacar o sofrimento na raiz é o mesmo que atacar a vida na raiz. Então “a práxis da igreja é inimiga da vida...”.

Levando mais em conta agora o cristianismo, percebemos ao analisarmos o “Crepúsculo dos Ídolos”, que a confiança em Deus existe porque o sentimento de plenitude e de força entrega o indivíduo à quietude, à obediência, à servidão e todos esses adjetivos de decadência. Possui uma moral de comando, na qual seu servo não pode errar por medo de um além mau, por medo de um castigo eterno. O pensamento religioso trata-se de uma libertação escravizada pela razão (teologia), que só faz apertar-lhe os grilhões, enclaustrando a vida humana digna e livre.

Sobre isso, meus senhores, não vale á pena criticarmos mais gastando tempo e tinta, pois para o decadente cristão seu Deus e sua moral não podem ser criticados, são verdades desde sempre estabelecidas. E já que estão satisfeitos com sua forma subserviente de vida, só o que tenho a fazer é deixar noticiado esta forma sub-humana de viver.