segunda-feira, 12 de abril de 2010

Resistência

Tudo um pouco belo
Tudo um pouco sólido
Tudo um pouco triste
Tudo um pouco vazio

Derramado e suturado
De uma forma que os deuses não vejam
Entendendo o nada do todo e o branco da ferida
Sem me importar vou alçando vôo
A queda nunca é maior do que já consegui cair
Lambendo a dor
Corrompendo o horror

terça-feira, 6 de abril de 2010

Aleatório

Dormir?...
Isso ainda existe além de um comprimido?
Muito difícil pensar algo tão distante de uma realidade compatível com o ocaso de um destino desnudo e apaziguador.
Tudo que está ao redor não faz nada a não ser contradizer o que ainda tenta demonstrar o que não consegue deixar de sonhar.

(em construção)

Chorar

Chorar do sensível
Chorar da raiva
Chorar da tristeza
Chorar da compaixão
Chorar da alegria
Chorar da desilusão
Chorar da natureza
Chorar da inspiração

Pensares

Sim, nego.
Sim, destruo.
E quanto a todo resto... eu desdenho.
Não quero saber os motivos.
Muito menos as consequências.

domingo, 4 de abril de 2010

Come Rain Or Come Shine (B.B. King & Eric Clapton)

I'm gonna love you like nobody's loved you,
Come rain or come shine.
High as a mountain and deep as a river,
Come rain or come shine.

Well I guess when you met me
That it was just one of those things,
But don't you ever bet me,
'Cause I'm gonna be true if you let me.

You're gonna love me like nobody's loved me,
Come rain or come shine.
Happy together, unhappy together,
Won't that be fine?

Day may be cloudy or sunny,
We're either in or we're out of the money.
I'm with you always.
I'm with you rain or shine.

Repeat Third Verse

Repeat Fourth Verse

I'm with you always.
I'm with you rain or shine.

sábado, 3 de abril de 2010

Everybody's Gotta Learn Sometimes (Beck)

Change your heart
Look around you
Change your heart
It will astound you
I need your lovin'
Like the sunshine

Everybody's gotta learn sometime
Everybody's gotta learn sometime
Everybody's gotta learn sometime

Change your heart
Look around you
Change your heart
Will astound you
I need your lovin'
Like the sunshine

Everybody's gotta learn sometime
Everybody's gotta learn sometime
Everybody's gotta learn sometime

I need your lovin'
Like the sunshine

Everybody's gotta learn sometime
Everybody's gotta learn sometime

Everybody's gotta learn sometime
Everybody's gotta learn sometime
Everybody's gotta learn sometime

Everybody's gotta learn sometime
Everybody's gotta learn sometime
Everybody's gotta learn sometime

Epistemologia (2009)


Podemos conhecer?
E se podemos, o que conhecemos é real ou verdadeiro?
E como justificar que o que conhecemos é verdadeiro?

Como justificar que nossas crenças são verdadeiras além das nossas próprias experiências?

A realidade do mundo além das aparências/experiências.

O fenômeno subjetivo é essencialmente conectado a um ponto de vista singular.
A subjetividade é um fato natural além dos conceitos humanos.
A aparência é a subjetividade.

Niilismo

"O deus russo já se rendeu à ´vodka barata`. O povo está bêbado, as mães estão bêbadas, as crianças estão bêbadas, as igrejas estão vazias, e ouve-se nos tribunais: ´um balde de vodka ou duzentas chibatadas`. Oh, deixem crescer a geração! Só lamento que não haja tempo para esperar, senão era só deixá-la ainda mais beberrona!" (Dostoiévski, "Os Demônios", pg. 409)

Sempre achei essa fala do personagem Piotr Stiepánovitch uma grande demonstração do niilista que já perdeu as esperanças em tudo assim como um alcoólatra que não mede as consequências do próximo gole.

Essa vodka barata se enquadra perfeitamente com a ilusão que toma contado povo. Não perdoa nem mães nem crianças. A justiça já ficou ao descaso. O justo não necesariamente é o certo. Seé que devemos usar a lógica do certo e do errado quando tratamos de niilismo.

Não há mais tempo para crescer ou para tentar ser algo diferente do trágico.

O céu atual é niilista ao extremo, mas não porque perdemos os referenciais morais, tampouco Deus. A ordem contemporânea não destrói a moral, apenas tornou-a esvaziada da tradição, modernidade radicalizada e não eliminada.

E se o niilismo se revolta contra a felicidade não é porque consegue vê-la como um artífice engendrado das entranhas da ciência e do progresso modernos. Contrariamente, o niilista é, no limite, um ressentido da felicidade. Acredita tanto na felicidade que nega, já que o “quadro feliz” pintado pelo niilista não pode ser alcançado pois não faz parte do real. O niilista não nega possibilidades depois de pensadas, nega porque a negação é sua própria lógica diante do mundo: manifestação exuberante da passividade e da fraqueza.


Literatura, niilismo e história

Não há maneira mais eficiente (se é que há alguma outra) de entender a natureza humana do que através da literatura (de qualidade).
Ao longo da história, uma série enorme de personagens "ficcionais" pontuam a literatura mundial com todas as dores e delícias da "anima", e com todos os segredos e disposições (pro mal e pro bem) dos humanos.
Nos últimos dois séculos, em virtude do inegável predomínio (mas não superioridade) cultural anglo-saxônico, massificaram-se personagens novelescos como Romeu, Rei Lear ou Hamlet que, com mais ou menos profundidade, retratam um ser humano que oscila entre o dócil e o hostil, sem contudo esmiuçar o que há de mais profundo no "subsolo" da alma, e na margem tanto dela quanto da própria sociedade, ou talvez da existência.
Nesse quesito, as melhores contribuições vem, não por acaso, do leste europeu.
Personagens como Rodion Romanovitch (Crime e Castigo - Dostoievski); Gregor Sansa (Metamorfose - Kafka); e a "dupla" Piotr Stiepanovitch (e seu pai Stiepan) e Nikolai Stavróguin (com a mãe, Varvara Petrovna), do perturbador "Os Demônios", de Dostoievski, e de outras obras precedentes (destaque para Almas Mortas, de Gógol), esmiuçam tudo aquilo que, na atualidade, os espelhos da moda não mostram, e a TV não deixa deduzir, mas que nem por isso deixou de estar presente na índole humana.
No caso da literatura brasileira, Brás Cubas é o niilista emérito, e talvez único, que jogou na cara da decadente aristocracia de seu tempo sua inutilidade e sua nova nomenclatura, os "homens supérfluos" (na designação de Turguêniev, sobre a mesma "casta", mas na Rússia).
Ao mesmo tempo, Brás Cubas também desmascara, ao lado dos já citados personagens russos, a superficialidade do "homem burguês" emergente e a tirania dos revolucionários radicais, os "Demônios" de Dostoievski, sementes geradoras dos famosos Hitler e Stálin.
Olhar pra dentro da alma humana, para o "subsolo" (de novo Dostoievski) é a forma mais honesta de evolução, afinal, não é sempre que se pode espantar os fantasmas simplesmente fechando os olhos.


Ilusão?!

Uma angústia qualquer
Que aparece depois do pôr do sol
Aquela dor que irradia depois de uma boa sensação
Algo parcial à desilusão
Prestes a engolir palavras ditas em vão
Ânsia de vômito misturada com paixão
Por mais que os dias cálidos ainda façam algum sentido
Não há como mudar essa dor de pertencer a uma determinada inspiração
Que insiste em pender para a dor de viver
Mera ilusão

quinta-feira, 1 de abril de 2010

More one

Eu não sou normal
Eu penso no outro
Ainda que não me interfira
Consigo pensar no aquem
Por mais que as contradições me decepcionem
Não consigo deixar de imaginar esse além que me persegue
É eu e você
Somos nós
Algo dilacerado da razão
Que o cometa não fez questão
Somos o algo do dilacerado
Que nenhuma difamação conseguirá distingüir
Eis-nos aqui
Para sempre onde não teremos explicação