quarta-feira, 30 de abril de 2008

Estamos aqui

Não sei por que continuo.

Eu não busco a Verdade.

Não acredito Nela.

Não espero que vocês me revelem nenhum antigo segredo,

Qualquer que seja ele.

Mas acredito em alguma coisa.

Talvez simplesmente na beleza do mundo onde vivo

Ou na própria vontade de viver.

O dom me foi concedido cedo demais.

E sem nenhuma boa razão.

E, na década dos vinte anos,

Começo a compreender por que tantos da nossa espécie consumiram-se,

Desistiram de tudo.

No entanto eu continuo.

E procurando por vocês.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

No que consiste a Ética da Consciência e da Liberdade?

O ser humano é um ser de consciência e liberdade. Sendo assim, para que a dignidade humana não seja desrespeitada, não poderíamos tratar de uma ética da lei e da obrigação. A ética deve abranger tudo o que o ser humano é, ou seja, todos os elementos fundamentais e constitutivos de sua realidade.

Nesta ética encontramos uma moral. Esta é, pois, o caminho da liberdade humana em busca de seu próprio bem, e não, como costuma ser mal interpretada, o limite e a restrição desta liberdade.

A Ética da Consciência e da Liberdade é bastante viável para os seres que pretendem viver uma vida mais digna e justa, pois enquadra dois pontos fundamentais e constitutivos do ser humano. O homem é um ser consciente, sendo assim o mais sensato seria defender uma ética da autodeterminação.

O termo “consciência” é profundo, pois aponta para uma compreensão de origem e fim, em uma abertura à transcendência. Também segue no sentido de compreender as essências, a natureza das coisas. A consciência pode ser considerada como uma instância interior e subjetiva que faz o homem ver o que é justo e reto fazer em sua vida. Assim, a moralidade presente nesta ética é positiva sempre que a autodeterminação efetiva, dependente da liberdade, segue o juízo da razão, a consciência.

Além disso, o homem também é um ser livre, de forma que a liberdade se destrincha em três vertentes: liberdade de coação, liberdade de escolha, ou livre-arbítrio, e possui também a liberdade de dispor de si mesmo, ou seja, possui autodeterminação.

Portanto, consciência e liberdade fazem unidade inseparável no ser humano e caminham mutuamente na formação de um ser pessoal.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Chore as felicidades

Não adianta tentar parar de pensar

Você acaba pensando.

De desesperado

Passa a ser um filósofo

Chore as felicidades

Não queria te falar

Mesmo assim vou dizer

Porra, cala a boca

De vulgar ao prazer

Despreze minha rebeldia

Se puder

Obedeça suas vontades

Não cante músicas que não goste

2005

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Um Comentário ao texto “Quem é o Homem? Arco Histórico”, de Emerich Coreth.

O tema antropológico decorre filosoficamente diverso pela história. A realidade está em constante mutação e isso vai de encontro com os conceitos humanos. Para enfrentar essa complexa realidade, o homem se questiona “quem é o homem?”. Chega ao ponto de investigar seu próprio ser, para tentar compreender o fundamento, o sentido do mundo em que vive e qual o papel que representa nesta realidade na qual se encontra. Nos vários períodos da história, o homem foi pensado pela antropologia filosófica, mesmo sem conhecer este termo.

No Pensamento Grego, o pensamento girava em todo do Cosmos, um todo ordenado, sistemático, justo, harmônico, cíclico, eterno e inteligível. O homem se encontrava no centro desse Cosmos, sendo um microcosmo, além de essencialmente fazer parte da natureza. Também encontramos vestígios importantes sobre a alma, como o livro “De Anima”, de Aristóteles, que trata da alma como sendo o princípio vital de todos os seres vivos, visando fundamentalmente delinear uma teoria geral e sistemática de um tema que pode ser considerado metafísico e abstrato. Desta maneira, o primitivo pensamento grego, visa compreender o sentido de sua própria existência no âmbito mítico-religioso, com a origem divina (alma) e a purificação mundana, a qual a alma deve alcançar com seu ‘eterno retorno’. Também, o pensamento propriamente filosófico tratava das causas primeiras (arché) pelas quais derivam todos os seres e as mudanças. Alguns filósofos tratavam as causas primeiras, ou causas materiais como a origem do todo. Tale de Mileto defendia o princípio da água; Anaxímenes, o ar; Heráclito de Éfeso, o fogo; entre tantos outros.

Assim sendo, o homem seria um ser de Logos, que possui palavra, que confere sentido ao que pensa, habitado pelo pensamento, uma potência construtiva herdada ontologicamente do Cosmos. De certa forma, as reflexões crítico-céticas dos sofistas levaram Sócrates a uma reflexão sobre a consciência, que estaria ligada eternamente ao divino, para além do mundo sensível. Essas idéias têm sua origem em Platão, o primeiro filósofo que tenta demonstrar a imortalidade da alma. Mas Aristóteles tenta rebater estas idéias com uma doutrina básica, a qual vê o homem como centro de todos os graus do ser. Porém, não superou por completo a idéia platônica. A idéia de que o espírito é razão e de que a alma está sujeita ao destino (moira) e ao necessário (ananké) penduraram. Enfim, em contraposição com o pensamento cristão, o pensamento grego era dominado pela crença no destino, regido pela ananké da moira predeterminante. Assim, o homem se encontra atormentado, desvalorizado em um mundo intramundano regido por um destino absoluto onde tudo está predefinido de um modo necessário.

Já no pensamento cristão, o homem está em um mundo criado por um Deus. Se torna servo deste deus por acreditar que será salvo após a morte, pois a alma do homem cristão não se concebe como preexistente ao modo da visão platônica, mas sim como uma criação livre de Deus. Além disso, no âmbito cristão foi criado o conceito de pessoa, a singularidade individual de cada ser humano e suas livres decisões frente ao destino eterno. O cristianismo segue a doutrina criacionista, indo de encontro ao dualismo platônico, pelo fato de a matéria não ser mais eterna, mas sim criada. Com uma certa influência aristotélica, a dualidade entre alma e corpo acaba sendo fundida. Os dois elementos se fundem essencialmente na unidade do homem. Enfim, o homem no pensamento cristão é o centro do cosmos. Aqui, ele ainda pode ser considerado um `microcosmos`, mas com a diferença que abrange todo o universo, fundamentado em Deus.

Na Idade Moderna, o homem se encontra em um meio de rompimento com o passado. As seguranças de existências caem por terra. O homem deixa de ter um lugar assegurado no cosmos. A teoria do heliocentrismo desmistifica a realidade passiva na qual o ser humano se encontrava no centro do universo. Assim, foram dados grandes passos para o surgimento de questões a respeito do ser do homem e do sentido de sua vida. O pensamento da Idade Moderna é marcado pela tensão desencadeada pela ruptura das idéias de alma e corpo, de espírito e matéria. É marcante também a oposição entre Racionalismo e Idealismo.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Palavras proferidas por um deus dentre Aqueles Que devem ser Conservados

“Como vê, somos os inimigos da luz, nós os deuses das trevas, somos servidores da Santa Mãe e vivemos e governamos apenas sob a luz da lua. Mas nosso inimigo, o sol, escapou de seu caminho natural e veio nos procurar na escuridão. Em todas as regiões do norte onde somos adorados, dos bosques sagrados nas terras da neve e do gelo, até este fértil país, e para o leste, o sol conseguiu penetrar nos santuários durante o dia, ou no mundo durante a noite, e queimou os deuses que ali viviam. Os mais jovens desapareceram por completo, alguns explodindo como cometas diante de seus adoradores! Outros morreram num calor tão intenso que a própria árvore sagrada transformou-se numa pira funerária. Apenas os mais velhos – aqueles que serviram à Grande Mãe por um longo tempo – continuaram a andar e a falar assim como eu, mas em agonia, aterrorizando os fiéis adoradores quando eles aparecem.

Deve haver um novo deus, forte e belo como eu era, o amante da Grande Mãe, na verdade um que seja forte o bastante para escapar dos adoradores, para fugir do carvalho e ir até o Egito procurar os velhos deuses e descobrir por que ocorreu esta calamidade. Você tem de ir para o Egito, para Alexandria e as cidades mais antigas, invocar os deuses com a voz silenciosa que terá depois que eu o transformar, encontrar aqueles que ainda vivem e ainda caminham e saber por que aconteceu esta calamidade.

Encontre-os. Descubra por que e como tudo isto veio a acontecer. Cuide para que nunca venha acontecer de novo. Utilize seus poderes nas ruas de Alexandria até encontrar os mais antigos. Reze para que eles ainda estejam lá, assim como eu estou aqui.”

terça-feira, 15 de abril de 2008

Voltemos aos olhos de Caim

Voltemos aos olhos de Caim
Ele e mais três no mundo
Os pais julgados culpados por um deus
O irmão bonzinho e honesto
Devia ser um tédio!
Então... Que tudo vá para o Inferno!
Morte, sangue, trevas
Um pé no abismo
E a condenação se torna atraente
Algo do tipo “poderes”
Auspícios, Taumaturgia...
Tantas belezas
Povoar o mundo
Um mundo Amaldiçoado
No qual muitos acham que são felizes
Pobre das almas que não encaram os tormentos

Dormir já é um sonho
No qual pareço estar acordada
Torpor
E as noites infinitas não morrem!




Mais uma...


Mais uma neste mundo virtual
Com mais um espaço para idéias
Filosofias e poesias
O que vier à mente

Sendo o que se é
Só a infelicidade a temer
Vou fumar um cigarro
Beber um conhaque

E ver se me inspiro
Mais uma vez