sexta-feira, 17 de abril de 2009

Fenomenalismo


Em epistemologia, o fenomenalismo, denominado também fenomenismo, é a concepção, segundo a qual somente podemos conhecer os fenômenos, mas não o próprio ente (a coisa em si). Se se nega completamente a existência de coisas, o termo "fenômeno" (o que aparece) perde propriamente seu sentido, pois que, em tal hipótese, nada há que "apareça". Neste caso, é preferível falar de idealismo (empirista). Portanto, o fenomenalismo propriamente dito, exige, em oposição ao idealismo epistemológico, a existência de coisas independentes do pensamento, contudo permanece sendo incognoscível para nós o que elas são em si. Por esta última característica, o fenomenalismo distingüe-se do realismo.

Nossa consciência recebe impressões provenientes das coisas, nas quais estas nos aparecem em conformidade com a peculiaridade do sujeito, e tais impressões passivamente recebidas são o objeto de nosso conhecimento. Isto diferencia o fenomenalismo tanto do realismo quanto do idealismo propriamente dito (não puramente empírico), segundo o qual o objeto é produzido ativamente pelo pensamento. Como o fenômeno pode ser diferente, consoante a peculiaridade do sujeito, e no fenomenalismo é "verdadeiro" o que aparece conseqüentemente o fenomenalismo é uma forma de relativismo. Muitas vezes, o fenomenalismo restringe-se só ao conhecimento do mundo exterior, conservando para o mundo interior da consciência a concepção realista do conhecimento. Em todo caso, o fenomenalismo circunscrito ao conhecimento do mundo externo refuta-se com os mesmos argumentos que servem para demonstrar a cognoscibilidade deste.

O fenomenalismo não pode ser confundido com fenomenologia. A fenomenologia, diferentemente do fenomenalismo, examina a relação entre a consciência e o Ser. Para o Fenomenalismo, tudo que existe são as sensações ou possibilidades permanentes de sensações, que é aquilo a que chamam fenômeno. É materialista. O fenomenólogo, diferentemente do fenomenalista, precisa prestar atenção cuidadosa ao que ocorre nos atos da consciência, que são o que ele chama fenômeno.

Enfim, o fenomenalismo é o conceito de que os objetos físicos não existem como coisas em si, mas apenas como fenômenos perceptuais ou estímulos sensoriais (por exemplo: vermelhidão, dureza, maciez, doçura etc.) situados no tempo e no espaço. O fenomenalismo reduz o discurso sobre objetos físicos existentes no mundo exterior ao discurso sobre os dados dos sentidos.

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