
No decorrer da queda que a precipita num corpo, a alma atravessa sucessivamente todas as esferas celestes e adquire em cada uma delas as faculdades que exercerá uma vez encarnada: em Saturno, o raciocínio (
ratiocinatio) e a inteligência (
intelligentia); em Júpiter, a força de agir (
vis agendi, ou
praktikon); em Marte, a coragem (
animositatis ardor); no Sol, a aptidão a sentir e a formar opniões (
sentiend opnandique natura); em Vênus, os desejos (
desiderii motus); em Mercúrio, a aptidão a exprimir o que concebe (
hermeneutikon); na Lua, enfim, o poder de crescer e alimentar. Mais baixa das operações divinas, esta última é também a mais alta das operações corporais. A alma só a exerce à custa de uma espécie de suicídio, encerrando-se num corpo que se torna como que seu túmulo:
sôma (corpo) =
sêma (túmulo).
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