Assim sendo, o homem seria um ser de Logos, que possui palavra, que confere sentido ao que pensa, habitado pelo pensamento, uma potência construtiva herdada ontologicamente do Cosmos. De certa forma, as reflexões crítico-céticas dos sofistas levaram Sócrates a uma reflexão sobre a consciência, que estaria ligada eternamente ao divino, para além do mundo sensível. Essas idéias têm sua origem em Platão, o primeiro filósofo que tenta demonstrar a imortalidade da alma. Mas Aristóteles tenta rebater estas idéias com uma doutrina básica, a qual vê o homem como centro de todos os graus do ser. Porém, não superou por completo a idéia platônica. A idéia de que o espírito é razão e de que a alma está sujeita ao destino (moira) e ao necessário (ananké) penduraram. Enfim, em contraposição com o pensamento cristão, o pensamento grego era dominado pela crença no destino, regido pela ananké da moira predeterminante. Assim, o homem se encontra atormentado, desvalorizado em um mundo intramundano regido por um destino absoluto onde tudo está predefinido de um modo necessário.
Já no pensamento cristão, o homem está em um mundo criado por um Deus. Se torna servo deste deus por acreditar que será salvo após a morte, pois a alma do homem cristão não se concebe como preexistente ao modo da visão platônica, mas sim como uma criação livre de Deus. Além disso, no âmbito cristão foi criado o conceito de pessoa, a singularidade individual de cada ser humano e suas livres decisões frente ao destino eterno. O cristianismo segue a doutrina criacionista, indo de encontro ao dualismo platônico, pelo fato de a matéria não ser mais eterna, mas sim criada. Com uma certa influência aristotélica, a dualidade entre alma e corpo acaba sendo fundida. Os dois elementos se fundem essencialmente na unidade do homem. Enfim, o homem no pensamento cristão é o centro do cosmos. Aqui, ele ainda pode ser considerado um `microcosmos`, mas com a diferença que abrange todo o universo, fundamentado em Deus.
Na Idade Moderna, o homem se encontra em um meio de rompimento com o passado. As seguranças de existências caem por terra. O homem deixa de ter um lugar assegurado no cosmos. A teoria do heliocentrismo desmistifica a realidade passiva na qual o ser humano se encontrava no centro do universo. Assim, foram dados grandes passos para o surgimento de questões a respeito do ser do homem e do sentido de sua vida. O pensamento da Idade Moderna é marcado pela tensão desencadeada pela ruptura das idéias de alma e corpo, de espírito e matéria. É marcante também a oposição entre Racionalismo e Idealismo.
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